domingo, 11 de novembro de 2012

Mundo cão ou cadela?

Mais dois casos dos muitos que, infelizmente, acontecem para ilustrar a quem ainda vive noutro mundo. Desde que inventaram a pólvora e mão de obra terceirizada, não existe mais sexo frágil ou forte. Só continuamos todos humanos, falíveis, imprevisíveis e mortais. Ah, e interessados em desgraça alheia.


Advogada assassinada era ameaçada de morte, dizem amigas.


Viúva teria pago R$ 4 mil por assassinato de bancário na Capital.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Extraga esquemão.


Sequestro, maternidade e exploração.

Chega de exploração infantil! De marias-celebridades a carentes-profissionais, a técnica pode ser mais ou menos sofisticada, dissimulada ou não mas, o objetivo, é o mesmo: a sobrevivência. Em baixo ou alto estilo. Ter criança ajuda, na hora da esmola, da pensão milionária e, os mais carentes ainda, para ter um bocado de atenção. Deus tá vendo. No caso da menina, câmeras de segurança, o acaso e a polícia tiveram que dar uma mão ao divino.
 
Reportagem do G1  
Suspeito de sequestrar menina em igreja chega a SP

Homem foi preso no Paraná nesta quinta e transferido para São Paulo.
Segundo a polícia, ele confessou sequestro de Brenda para pedir esmolas.

O homem suspeito de sequestrar a menina Brenda Gabriela da Silva, de 4 anos, em um culto religioso no mês passado, chegou a São Paulo na noite desta quinta-feira (5). O homem foi preso nesta quinta em Maringá (PR), e chegou ao 6º Distrito Policial, no Cambuci, Zona Sul da capital paulista, por volta das 22h.
Ele entrou na delegacia em silêncio, mas aos policiais confirmou o que já havia dito no Paraná: que sequestrou a menina durante uma festa de uma igreja na região central da capital paulista no dia 10 de junho. Depois de ser ouvido, foi levado para a carceragem da delegacia de Santa Cecília, onde passou a noite.
Natural do Paraná, o suspeito Jorge Antunes Cardozo, de 47 anos, diz ter sequestrado a menina para pedir esmolas, segundo informações do delegado Fábio Ferrão. "Pelo que ele falou, era para facilitar no pedido de esmola na rua. Ter uma criança faz com que as pessoas olhem com outros olhos para quem está pedindo e deem mais dinheiro”, afirmou.
Segundo as investigações, o suspeito estava no Paraná desde o dia 26 de junho, dia seguinte ao que a menina foi encontrada por um vizinho. Na ocasião, o homem fugiu.
No dia em que a garota foi libertada, Cardozo ficou escondido em um hotel de São Paulo para não ser pego pela polícia, aponta a investigação. Depois, embarcou em uma van clandestina para Campinas. De lá ele viajou de ônibus até o Paraná, segundo o delegado.
Um saque feito por ele na terça-feira (3) em uma agência bancaria da cidade ajudou a policia a localizá-lo. Nesta sexta-feira (6), testemunhas serão chamadas a delegacia para reconhecer o suspeito - entre elas o vizinho da família de Brenda que o reconheceu no colo do suspeito.
Apesar de o laudo pericial ter informado que Brenda não sofreu violência ou abuso sexual, o delegado Marques levanta esta hipótese para explicar o crime. O suspeito, diz ele, havia sido indiciado por "ataque sexual contra uma criança de três anos de idade no Paraná, em 1996". Mas Cardozo foi absolvido por falta de provas, de acordo com Marques. O delegado ressalta que o homem pode ter raptado a garota com a intenção de praticar o abuso, que não foi consumado.
O suspeito não resistiu à prisão e não estava armado, de acordo com policiais. Ele levava uma quantia em dinheiro. Cardozo é natural de um distrito de Ponta Grossa, no Paraná, afirma Marques.
Depoimento
O homem será ouvido formalmente no 6º DP, no Cambuci. Depois disso, o vizinho que achou Brenda e outras testemunhas serão chamados para a delegacia, onde deverão fazer o reconhecimento dele. Em seguida, Cardozo poderá ser indiciado por sequestro de menor de 18 anos de idade com uso de tortura psicológica e física. Também será pedida a prisão preventiva do suspeito.


 

 

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Igualdade no saco do lixo.

Não se deixa arma à mão de maluco. Quis o destino que o revolver dado pelo executivo a sua esposa, como medida protetiva, foi usado para matá-lo, confessou a mulher. Ironicamente, armas de fogo e leis de gênero, deixadas engatilhadas a disposição de gente despreparada, desequilibrada ou supostamente vulnerável podem fazer estragos irreversíveis ou inapeláveis. Um dia destes, te fazer gente inocente amanhecer na rua, só com suas roupas ensacadas. Ou, como o infeliz e imprevidente empresário assassinado, deixado esquartejado dentro de um saco, em um terreno qualquer. Mas não por qualquer um. Nem todos os criminosos confessam, violência não é privilégio de gênero nem de força física superior.

Saiba mais sobre o crime.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Impunidade passional.



Tem gente que leva muito a sério frases de efeito em cerimônias lúdicas ou acredita que ter regalias divinas nas suas relações. Principalmente no final delas. Até que a morte nos separe é o nome de uma série de seis episódios coproduzida pela Prodigo Films e pelo canal A&E sobre emblemáticos crimes passionais cometidos no Brasil desde os anos 1990. O primeiro episódio, Amor e Morte na Imprensa Brasileira, que trata do assassinato da jornalista Sandra Gomide pelo seu ex-namorado Antônio Pimenta Neves, em São Paulo, no ano 2000 foi ao ar em maio.
O primeiro programa mostra bem a diferença que faz ter recursos para se defender e usar todos quanto possíveis. O ex-ministro da justiça Thomaz Bastos, que no momento defende o Cachoeira, diz no documentário que os recursos são desculpas, afirmando que a "cultura da demora" do judiciário é que fez e faz determinados casos se prologarem. Geralmente pelo bem de quem cometeu o crime. O pai da vítima, menos douto mas não menos certo, na saída do julgamento que "condenou" o réu confesso ha aguardar, em liberdade, resumiu indignado. "Se fosse um coitado, não saía deste jeito". Liberdade esta durou quase uma década e, se não foi o último dos recursos, pode ser até o final da vida. O assassino já tem mais de 70 anos.

Matéria da Revista Alfa aqui.

Vinheta da série.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Teodora vale mais que Nicole.

O processo se arrastou por 14 anos na justiça e, a vítima, por 2 km pelo acusado. O caso aconteceu em 1998 e só agora o empresário apontado pelo crime vai a julgamento. A desculpa são os recursos, mas casos como estes nos esfregam na cara que alguns são mais iguais que outros. A agilidade do sistema costuma ser seletivo e de conveniência, como fica exposto em casos midiáticos como o das fotos íntimas da famosa atriz e desta garota de programa, grávida, morta violentamente ha mais de uma década. A nudez de uma cidadã descuidada, vale mais do que a vida de outra nas prioridades do serviço público. Ironicamente a nudez virtual de quem interpretou a piriguete Teodora na novela, vale mais que a vida real da profissional Nicole, a também brasileira Selma Heloisa Artigas, nas prioridades e urgências. Leia aí a reportagem sobre um caso que estava beeeem antes na fila.

Hasta la vista, baby!

Não sei o que impressiona mais, o homem que não entende e não respeita a decisão nem a integridade física da ex companheira ou a Delegada, a qual trata como idiotas os obreiros em sua palestra/ameaça no final desta matéria do Fantástico. Não ha argumento ou lei que convença o homem a deixar a mulher seguir sua vida. Parece o Exterminador do Futuro. Nem algemado ele pára de perseguir sua vítima e cumprir sua missão. A Delegada diz literalmente que sente prazer em aplicar os trâmites, enquanto os operários assistem a catequese de selvagens. Claro que punir é outra história para quem conhece o que resulta destas medidas, na maioria, paleativas quando não, tardias ou equivocadas. Assista aí a reportagem do programa dominical da Rede Globo, de maio/2012.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cromossomos ou como somos?

De vez em quando alguém sai com recorrentes e poéticos preconceitos sobre a natureza de homens e mulheres no papel de líderes. Desta vez foi o Fidel a romantizar, inspirado nas conveniências da presidente Dilma com relação aos interesses do eterno revolucionário. Disse, o macho, adulto, branco e comandante da ilha, que o mundo seria melhor se governado por mulheres. Sem desqualificar suas habilidades de líder ou julgar o seu estilo de governar, pelos quais alguns detratores, mais machistas que opositores políticos, lhe criticam como não sendo "femininos". Como muita coisa só fica bem na idealização, Castro, que diz adorar princesas, mas ficou com o dragão, segundo o Millôr, ainda não cogitou convidar sua combativa conterrânea, Yoani Sánchez, nem para o comitê revolucionário que discute os rumos de Cuba. O que dizer da Cristina, que governa pacionalmente a Argentina, entre outros mandatários do dito sexo frágil, os quais cometeram "machisses", metendo-se em conflitos bélicos, quando o esperado seria chamar para um chá no jardim inglês. Outros consumaram "feminisses" em seu arquipélago asiático, como as de colecionar sapatos com dinheiro público, enquanto a população passava todo a sorte de privação. Os saldos de matriarcados e patriarcados são produtos de seus líderes e não de seu gênero. Qualquer sexo é capaz de conduzir com o coração e a mente, na medida equilibrada ou em total desvario. Estatísticas como as do recorte abaixo comprovam que, certos defeitos de caráter, só dependem de oportunidade e não de cromossomos.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Rapunzel da Redenção.

Era uma vez uma princesa que prendeu a outra no castelo. Os salvadores não eram príncipes nem sapos. Eram policiais chamados para resgatar a vítima. Dois seres humanos do gênero feminino, com relatos de relacionamento problemático, onde uma parte mantinha a outra em cárcere privado durante várias horas em Porto Alegre. Na ocorrência duas ironias estão bem próximas. O parque ao lado do lar feito de cativeiro se chama Redenção e, os humanos do gênero masculino nesta história de violência, são do bem.
Veja a notícia.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Mariana, vá para o mar mas não fique onde não dá pé.

Algumas pessoas tem mais ou menos dificuldades de mudar suas vidas. Enquanto uns, ao menor sinal de insatifação, têm atitudes em busca de soluções. Outros, se submetem a situações absurdas, as quais ficam difícil de entender analizando por certo prisma, por valores e condições pessoais ou, mesmo, diferentes dos indivíduos as voltas com problemas. Em uma sociedade livre, em um Estado laico e no caso de indivíduos adultos e minimamente instruídos, vítimas de maus tratos por seus pares, deveriam ser protegidos pela segurança e justiça comuns. Indivíduos capazes sem atitudes de autopreservação, que sofrem continuado tratamento inadequado por seus parceiros, deveriam ser declarados incapazes pelo Estado e, então, serem acolhidos, gerenciados e protegidos por sistemas especiais. Para cidadão normais, ter privilégios é discriminação e, não reagir a ameaças, é suicídio ou, pior, é masoquismo.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Marias da Lenha

O gênero humano e sua tendência a violência e a covardia.



 


Bruxinha da Páscoa, o que trazes pra mim?

Doceira de bombons envenenados é presa
Fonte: Bonde.com

A acusada de ter encaminhado bombons envenenados para uma adolescente de 14 anos por um taxista no último dia 12, em Curitiba, foi presa na madrugada desta sexta-feira (31) em Barra Velha, Santa Catarina. Margarete Marcondes, de 45 anos, foi flagrada dormindo dentro de seu carro, um Renault Symbol com placas de Curitiba, durante uma operação conjunta entre as policias civis do Paraná e do estado vizinho. A acusada era conhecida da família da adolescente e era responsável por fornecer doces para a festa de 15 anos da vítima, que estava sendo preparada.

Segundo a Polícia Civil, Margarete confessou ter enviado a caixa com bombons envenenados para a casa da aniversariante mas não explicou a motivação para a tentativa de homicídio.

A aniversariante recebeu os bombons do taxista e nele havia um bilhete para que experimentasse e decidisse se queria encomedá-los para a festa. No dia, a vítima estava com três amigos, em idade entre 13 e 17 anos, em casa, que também provaram os doces. A aniversariante e os amigos passaram mal e foram hospitalizados. Todos sobreviveram e já receberam alta do hospital.

A aniversariante comeu três bombons e ficou em estado mais grave. Ela sofreu duas paradas cardíacas e ficou na UTI do Hospital de Clínicas por 10 dias.

Desde o fato, Margarete estava desaparecida e o marido Nercival Cenedezi, 49 anos, havia sido encontrado em casa no dia 22 com sinais de espancamento, completamente nu em cima da cama. A polícia de Joinville o encontrou nesta situação após um amigo da família ter recebido uma mensagem no celular com o seguinte texto: "Nercival está morto em casa aguardando para ser enterrado. Mulher presenciou tudo, está dopada, drogada e pronta para ser atropelada. Docinho só fachada. Laranja se ferrou", diz o texto.

Margarete também assumiu ter espancado o marido. O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Homicídios, informou que a acusada tem sinais de disturbios psicóticos e que na tarde de hoje irá conceder uma entrevista coletiva à imprensa para dar detalhes sobre o caso.

domingo, 18 de março de 2012

Muito depois de Cleópatra.

Faraós e submissão cultural. Se por aqui é difícil a luta pelos direitos humanos, imagine no Egito, das múmias, lenços, burcas e outras mordaças.

quarta-feira, 14 de março de 2012

A Liga da justiça.

Foi ao ar dia 13/3, o primeiro episódio da nova temporada de A Liga, na Band TV. Em homenagem ao Dia da Mulher, o tema foi Violência Doméstica. Lobão e Cazé, estreantes no programa, foram os destaques, fazendo suas tradicionais perguntas provocativas. A queima roupa, para os padrões diplomáticos da TV média. Indagaram, deixando-os a vontade até para exibições, os entrevistados violentos assumidos, sem aquela etiqueta hipócrita ou adendos jornalísticos politicamente corretos. Não foram tão incisivos em tentar entender porquê algumas vítimas se submetem tanto por tanto tempo aos primeiros. Deixaram para o espectador imaginar e uma psicóloga dar pistas, sem que existam estudos confiáveis, como ela mesmo disse. Também não encontraram homens que sofrem nas mãos de cônjuges desequilibrados para equilibrar o enfoque e mostrar o que também tem na praça. Estragaria a homenagem a mulher ou feriria o orgulho masculino? A cultura da mulher como vítima presumida e do homem, sempre em vantagem no embate, é um vício da postura diplomática, a qual disfarça certo machismo, só que conveniente em manifestações públicas e canais abertos. Em destaque, o depoimento da Maria da Penha. Não a jurídica. A própria expôs seu drama pessoal, sua transformação de vítima a militante dos DHs e sua luta por justiça, deixando outro tipo de inconveniência a mostra: o de como (não) funciona a segurança e o sistema judiciário brasileiro. Para as mulheres que sofreram como ela e para os demais cidadãos em situação de violência. A lei com o seu nome é um espantalho de pombos que não assusta corvos. Se liga.

domingo, 4 de março de 2012

Pai ou padrasto?

Imagine a cena, em um bairro de classe simples, no subúrbio. Um senhor sendo removido de sua casa, pelos agentes da lei, por ter sido acusado do estupro da própria filha, adolescente e órfã de mãe. Não ha sigilo de justiça que resista a rumores e a fofoca. Vítimas, gente próxima ou caluniadores sempre vazam informação. Infelizmente muitas não o fazem a tempo junto as autoridades. A vizinhança, ao saber do acontecimento comenta o fato. Parte especulando parte incrédula por nunca, nem desconfiarem, de terem na visinhança um criminoso desse tipo. Estes, não raramente, parecem pessoas normais. Uns, mais exaltados ou com rompantes dejusticeiros, juram que lhe dariam uma lição, se tivessem oportunidade. A consciência de turba é muito volátil porquê, diferente de indivíduos, não se questiona profundamente quanto a razão das ações do grupo.
Logo depois das medidas de proteção, a vítima é amparada pela vizinhança, na companhia de seu namorado. Ela estava a salvo do monstro. Uma pessoa que devia protegê-la, a estava violentando. Dava para entender, diante daquilo, as eventuais discussões que tinham, certa rebeldia da filha e o o fato do responsável não aceitar muito bem o relacionamento desta jovem. Parte da história triste, evidências muito semelhantes a fatos comuns da vida cotidiana, começava a ganhar um sentido diferente e ter contornos cruéis. Como ninguém desconfiava, fora alguns adivinhos motivados pelo ocorrido, ainda era o único mistério. O pai seguia se dizendo inocente e injustiçado, afastado da sua tão suada propriedade e, da família, da qual supostamente cuidava. Pelo menos até a chegada do Oficial de Justiça.
Passado algum tempo,  algumas pessoas, as quais, de início, acolheram a menor, começaram a desconfiar da postura errática da vítima. Aparentemente, as autoridades faziam a sua parte. Aceitar a denúncia e cumprir o mandato, contra o prejulgado agressor. Daí para frente, é no ritmo e na eficiência que o cidadão comum está familiarizado. Até então vítima, a menina, arrependiada ou frustrada por não poder voltar para sua antiga casa, acompanhada do inseparável namorado, começava a dar sinais que algo não convencia naquele drama. Apesar do exame de corpo de delito, avalizar que houve relação sexual. DNA é um luxo que é mais fácil se ter em um programa do Ratinho que em algum inquérito feito no calor das urgências. No caso das denúncias de violência doméstica, na atual legislação privilegiada, ha presunção de que o acusador está dizendo a verdade, sobre quem cometeu o ato. Um arranhão ou uma lesão por violêncor sexual. Quem duvida de uma mulher? Quem garante que um homem não é capaz? Quando seu inquérito, sem previsão de tempo, chegar em uma instância que ele possa contestar o que lhe imputam, boa parte de sua pena foi cumprida ou então, seu nome já estará no lixo, se não tiver o azar de seu corpo, linchado pela vizinhança revoltada estar, literalmente, na sarjeta.
Mais por sorte que por trâmites, a vítima se confessou algoz. Pressionada e frustrada em seus planos de poder morar com o namorado na casa do pai, o qual não aceitava esta proposta de uma menor, dependente, viver lá com seu par. Com um ponta de conciência, acabou por admitir que inventou a história e armou as evidências mínimas, necessárias para entrar com uma denúncia na vara de família e violência doméstica. E, com elas, obter a tão sonhada liberdade. Estava fácil demais. Não dá para ter liberdade sem independância. E ações sem responsabilidades. Até em um país minimamente preparado como o nosso. Outra ventura do homem injustiçado foi, a filha caluniadora, ter podido revisto sua denúncia. Se fosse agora, o Ministério Público assumiria a denúncia e, mesmo que a suposta vítima voltasse atrás, por medo de mais violência, dependência do familiar ou arrependimento pela mentira, o processo seguiria. Iria pelos caminhos, labirintos, armadilhas e obstáculos que o cidadão comum têm, sem privilégios de juizados especiais, gente disposta a ajudar ou pressionada a fazer as coisas funcionarem como deveriam. Sorte e boas relações, as vezes, ajudam mais que bom comportamento ou experiente advogado.
Parece inverossímil, mas o enredo é incrivelmente possível com a legislação atual, nosso sistema judicial falho, lento e pessoas mau intencionadas ou orientadas. Fortuna do ex-réu, ser um cidadão de bem, com uma filha com um fio de consciência e, de ter pessoas que dão aos demais, vítimas e acusados, o benefício da dúvidada. Com um processo substancioso, investigação séria e, só após um julgamento justo, é que se pode ser considerado culpado ou inocente. E, daí, só assim pagar ou não sua pena. Essas coisas, nem sempre simples e rápidas, é que separam arbitrariedades de um estado de direito. O resto é linchamento, moral e fisico. É cultuar a vitimização de um gênero e a demonização de outro.





sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval sem Bandeira Branca.

Samba, suor e lástimas.

 




Seja feliz, custe o que custar.

Para quem gosta de livro policial com certa dose de auto-ajuda psicótica, Richthofen é uma boa pedida . O Seu Manfred Von Richthofen, segundo o livro, ensinava os filhos a terem propósitos na vida. Nunca imaginou no que poderia dar conselhos como “A sua felicidade é mais importante que a do outro. Então, nunca hesite em magoar alguém para você ficar feliz. Só avalie o prejuízo patrimonial que isso poderá lhe trazer”. A Suzane não entendeu direito só a última parte, por interpretar literalmente o adestramento familiar. Se confundiu com o conceito amplo da palavra ambição. Foi atrás do seu sonho, junto com o namorado e o cunhado.

Pássaros e serpentes podem conviver?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A ex e o atirador.

Depois do casal Nardoni, no campo das evidências, agora é o show do motoboy psicopassional e a sua ex namorada, morta ao vivo. De tempos em tempos, um julgamento vira espetáculo, onde o público é levado a se imaginar em um tribunal. Ou, em alguns casos, um linchamento organizado. O caso, como infelizmente acontece até em lugares mais preparados, é uma boa amostra de quase todos os "defeitos" do sistema e do ser humano, criador deste ou responsável por ele. De mantê-lo assim e/ou não fazer o certo para fiscalizar e, se for o caso, mudá-lo. Esses julgamentos servem para alimentar a nossa sensação de que existe justiça e fazer parte, guardadas a sofisticação das produções, daqueles filmes de tribunal. Na sala do julgamento, não tem nem ar condicionado para o acalorado embate. Levando em conta o valor da folha é de estranhar a falta desta ítem para, pelo menos nas condições climáticas do ambiente, tomarem decisões de cabeça fresca.
O caso tem de tudo. O rejeitado que não aceita o final da relação. Se não consegue reatar, resolve retalhar. O que não posso ter, ninguém terá. Vale a pena desperdiçar até, a própria vida por uns instantes de vingança, algumas semanas de mídia e a eternidade na infâmia. Aos psicopatas lhes parece valentia, mas é pura irresponsabilidade. Irremediável irresponsabilidade. Uns fazem com as próprias mãos. Matam e, se deixarem, se matam depois, como um símbolo de arrependimento ou impedir a punição neste plano. Ou, ainda, para repetir um final "glorioso" recorrente? Quem sabe o que se passa na cabeça deles? Outros, mais covardes ainda, terceirizam, friamente ou não, a presumida violência da retaliação. Repassam as Autoridades, através dos mecanismos possíveis, a tarefa de ameaçar e, dependendo do retorno, vingar. No primeiro tipo de descontrolados, como consolo, se isso tem algum, após o ato absurdo os desvairados costumam, se der tempo, se ejetam deste mundo antes que a força pública consiga tocar neles. O segundo tipo de despreparado, na contramão dos que sabem conduzir um final de relação digna, até comemoram, com suas consciências seletivas ou, ainda, inexistentes. Cada louco com sua vingança passional e sua pena.
Em abos os tipos, como convém num estado de direito, sempre se encontra alguém para defender o indefensável e acontece um processo completo e, no mínimo, linear. Advogados movidos por vaidade, pela experiência radical, identificação com o caso, querendo investir na carreira ou, o mais comum, por dinheiro mesmo, sempre vão existir. Estes também, mais raro ainda, se arrependem ou se envergonham. Afinal, este é seu trabalho e não se faz justiça só ouvindo a acusação. Neste ponto todos deveriam entender o caso Lindemberg, ex que matou a inocente Eloá. Outra boa mostra dos defeitos de todas as partes envolvidas, foi a atuação das forças de segurança. Um show de trapalhadas, se não fosse uma tragédia no lugar de um pastelão. Esse é o sistema, disponível a maioria, quando precisa lidar com mais que papéis e medidas paleativas. Na vida real, na hora de lidar com gente potencialmente e realmente perigosa, os buracos podem ser mais em baixo ou, no caso, na cabeça. Até devolverem refém ao sequestrador propiciaram. A imprensa faz sua cobertura, em vários enfoques. Horas a fio, as vezes apenas com um camburão visto do alto se deslocando para ilustrar um conteúdo claudicante. O público também faz sua parte, se dividindo entre os tão passionais quanto o rejeitado a mão armada e os mais racionais, que sabem que todo mundo tem direito um julgamento justo. Mesmo um assassino patente, defendido por uma advogada que dá chilique, aparentemente movida por algum tipo de ambição. Ou presunção.
Resta esperar que a justiça faça a sua parte para reparar o irreparável. Pelo menos o senso de justiça deve sair livre.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O azedume de um e a acidez do outro.

O Paquistão é um país de muitos contrastes. De geográficos a culturais. Existem paisagens geologicamente alpinas e, culturalmente, fossas abissais na sua sociedade. Lugares e povo muito pitorescos, convivendo com costumes muito diversos, feudais e liberais, dependendo de onde você está neste organograma ou localidade. Lá o trabalho escravo promove o que, no ocidente do livre mercado, se chama de aproveitar oportunidades, ajudando no desenvolvimento de sociedades mais pobres ou primitivas. Crianças costurando chuteiras de marca, em condições desumanas por quase nada, se inclui nisto. Bolsas de grife são produzidas em uma sociedade onde direitos humanos ou dignidade é que podem ser um luxo. Não falo de terrorismo e outras coisas que costumam resumir um povo ou uma cultura, ultimamente, desde 11 de Setembro, como convém a alguns e cabe na cabeça de muitos. A sua população é refém disto, de certa forma. Lá é uma sociedade muito religiosa e tradicional. E algumas coisas desta tradição são, infelizmente, nada pitorescas. Mesmo sendo uma minoria, é uma minoria que é bem marcante. Mais exatamente, deixa marcas desta tradição extremista e ideológica que a gente chamade de, machismo. O Estado não costuma resolver essas coisas, pois esse tipo de tradição, assim como o poder hegemônico, está acima da lei ou do bom senso. Alguns intendem que a religião suporta isto. Pais, maridos e parceiros costumam mostrar sua insatisfação com aspectos da relação desfigurando companheiras e filhas com ácido e substâncias inflamáveis. Isso é incrivelmente comum lá e em outros países semelhantes neste tipo de entendimento das possibilidades nas relações afetivo-familiares. A mesma sociedade que comporta isso, em sua complexidade, encontrou uma forma de recuperar, na medida do possível, os efeitos colaterais desta insanidade que boa parte da sociedade e, principalmente, o Estado, é cúmplice. Por exemplo, uma rede de salões de beleza que acolhe, auxilia, treina e emprega vítimas deste tipo de abominável violência, a Depilex.

Nota inspirada em matéria do canal NatGeo.
Veja mais sobre a Depilex aqui.
Documentário A Corporação, que também trata da exploração, a servidão moderna.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Versão = Verdade

Crônica de Fabrício Carpinejar, publicada em Zero Hora, 7/2/2012

 

Segurar uma Mulher é Igual a Bater.


O homem é violento.
Se você acredita que não é perigoso, é ainda mais selvagem. Sua raiva está reprimida, prestes a desaguar por um motivo banal.
Não brigamos intencionalmente, brigamos por soberba, quando nos julgamos imunes ao pior e terminamos pegos desprevenidos pelo monstro que somos.
Todo homem requer consciência de sua agressividade para nunca desrespeitar uma mulher.
Não deve confiar nas aparências, alegar que é educado, que é sensível, que é romântico – este é o caminho mais rápido à fatalidade.
Todo homem, apesar da feição civilizada, é um pugilista manso, um lutador amarrado, um arruaceiro contido.
A violência doméstica não é exclusividade dos outros, não é possessão do demônio.
Você é violento, não se sinta mal, não está sozinho nisso, eu sou violento, talvez mais violento do que um cão com raiva, do que um tigre magro, do que um leão levemente envelhecido.
É normal a coexistência da maldade e da bondade, do claro e do escuro, do divino e do bestial num só gesto.
Poeta, engenheiro, arquiteto, violinista, florista, não há profissão que nos salve do grito, dos punhos fechados e da ânsia de eliminar a resistência na base da força.
A questão é não permitir a ebulição da ira. Fugir das situações de descontrole, do deboche e da penúria do humor.
Evite se expor às ofensas por mais de duas horas – há uma cota de desaforo suportável pelo sangue.
O homem é Etna, é Fuji, é Vesúvio, um vulcão adormecido que pede vigilância perpétua.
Não batemos porque somos provocados. Batemos porque desejamos acabar com a crise de qualquer jeito. Batemos porque não nos conhecemos, e sempre deduzimos que uma agressão na adolescência representou uma exceção, que uma vez trocamos sopapos no trânsito para nos defender. Deliramos que o ato de jogar a cadeira na parede apenas traduziu um momento.
Nenhuma justificativa pode disfarçar o problema de fundo: somos naturalmente violentos. Ouça-me enquanto é cedo e não ameaça sua companhia.
Nenhuma explicação abafa o ódio. Reconstituição somente existe depois da morte, o inferno e o Presídio de Charqueadas estão lotados de desculpas.
Tatue a Maria da Penha nas pálpebras, tome as providências para não se achar imutável e maior do que a realidade.
Esmurrar a porta já é invasão. Arranhar a mulher já é soco. Empurrar a mulher já é espancamento. Não invente atenuantes.
E, por favor, não segure sua mulher, mesmo que seja para acalmá-la, mesmo que seja para contê-la, mesmo que seja para abraçá-la e dizer que a ama. Segurar num momento de tensão é igual a bater. Agredir sempre foi simples demais. A ternura que é trabalhosa, a ternura que não é de graça, a ternura que leva tempo.
Cuide de si para cuidar de sua esposa. Não batemos porque somos provocados. Batemos porque desejamos acabar com a crise de qualquer jeito.


Comentário do Blog:
Porquê machismo é uma palavra ruim e feminismo, um vocábulo com o benefício da dúvida? O título da crônica, assim como seu conteúdo tangível, deve ser uma liberdade poética, uma cantada metafísica, porém, no texto nada onírico da lei, pode conter uma verdade perigosa. Triste País onde não se soluciona as coisas. Se faz desvios como esta inconstitucionalidade. A justiça não funciona? Busca-se o jeitinho, uma gambiarra jurídica que, em tese e em visão romantizada, protege a mulher em situação de violência e, na prática, pode terceirizar ao Estado a vingança em uma separação sem comum acordo. Nestas passionais questões, descontando os crimes, a violência pode estar na forma como as partes sentem uma ruptura ou uma rejeição. Uns reagem com dignidade , com versos, outros a bala e muitos, menos divulgados, com a Maria errada. Deveria ser a Bethânia. Um simples "acabou" pode ser uma estocada, para um coração que não aceita ser contrariado. E, pior, a frieza desta lei de gênero aceita isso como se fosse da natureza masculina, tangível e intencional. Aí que, a amarga ou doce melancolia de uma poesia de amores findos, se espatifa sobre o concreto da legislação, a qual transmuta subjetividades em, daí sim, violência física e psicológica. Não se busca a igualdade promovendo a discriminação.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Desqualificando testemunhas.

É uma técnica eficaz quando não se tem argumentos válidos. Quando não podem pegar alguém pelo que fez, pegam pelo que disse ou parece passar. Opiniões ou verdades inconvenientes precisam ser tiradas da sala, pois estragam a decoração feita com tanto empenho. Pode ser impressão, mas parece que por ignorância ou não, sempre que se noticia que algum magistrado ou jurista dá algum parecer sobre as falhas da Lei Maria da Penha, pegam pelo viés de alguma polêmica que envolva-o pessoalmente, como suposto machista ou, até, como algum tipo de lunático. De telescópio e tudo. Como exemplo vai a reportagem abaixo, mas existem outras, como as produzidas e reproduzidas sobre um juiz, Edilson Rodrigues, que não aceitou acatar as penas de um homem denunciado por violência pela ex-companheira, dentro das circunstâncias especiais desta lei de gênero. Ele entendia, mesmo tendo defendido a sua decisão com argumentos sexistas e preconceituosos, tão fortes quanto os de uma lei, "bem intencionada", que diferencia homens de mulheres e, estas, casadas das demais, que não podia condenar alguém nestes termos. O machão togado fez um disserviço a discussão e a jurisprudência. Ao invés de dizer que eram "regras diabólicas" devia ter dita que são regras inconstitucionais. Bastaria. O bafafá foi tão grande pelo absurdo que argumentou que a razão do seu manifesto jurídico ficou em segundo plano, como quase sempre. Esqueceram da suposta vítima e do suposto agressor. Interessa mais a publicidade em cima para legitimar a manutenção deste desvio na legalidade que, propriamente ditos, os resultados positivos desta jurisdição especial.
Resumindo, parece que não interessa discutir e sim manter essa legislação no imaginário como algo justo, necessária ou, até mesmo, uma arbitrariedade que funciona e, portanto, se justifica. Quem conhece de perto sabe que não é bem assim. Poucos envolvidos nas entranhas vão admitir publicamente seus greves defeitos, injustiças colaterais, disfunções, mau uso, como se estivessem tirando o dedo do furo na barragem. Para vítimas e para denunciados, depois dos paleativos, pouca coisa muda, como é para a maioria dos cidadãos na justiça comum, que se submetem os brasileiros, digamos, sem privilégios. Nenhuma injustiça justifica outra. Nenhuma vida pode ser mais importante que outra. Fica fácil destruir a opinião de um magistrado que emite um parecer baseado em sexismo. Pesquisando rapidamente se vê que toma vulto peculiaridades de quem está emitindo, servindo como base para continuar a ver o assunto apenas pelo seu verniz humanitário. Afinal quem é a favor da violência aos supostos mais fracos? Até apenados dariam essa opinião, pois a noção de covardia quase todos a tem, mesmo que muitos só a usem quando convém ou quando se dão conta de que existem muitas formas e que ninguém está imune a elas. É, acontece...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Barraco no Condomínio.

Finais nem sempre são felizes. Só não precisam ser trágicos. Muitos não entendem nem reagem bem a palavra a-ca-bou. Toda vez que a passionalidade faz vítimas volta a tona o índice da violência promovida por homens contra mulheres. São alarmantes, como toda a estatística de violência no Brasil. Porém, quando essa violência parece estar perto demais da classes mais altas, parece incomodar mais, como aquela desgraça com um conhecido ou mazela do condomínio. A promotora morta em MG expõe como é frágil a psiquê de muita gente, o tal sistema de proteção a mulher e que barraco conjugal violento não é privilégio das classes menos favorecidas. De perto e quando sofre, todo mundo é parecido. Enquanto podem aparecer, em 15 minutos, meia dúzia de policiais na sua casa por conta de um trote de um delito simples, pode não aparecer nenhum por conta de um assalto a mão armada relatado pelo 190. Tudo depende de variáveis que vão de sorte, quem você é, até o bairro que você mora. No caso da vítima, a qual vivia em crise ha anos e já havia registrado queixa, com pedido de afastamento e, aparentemente, nada foi feito. Isso que a vítima era funcionária do judiciário! Sabia dos trâmites e podia ter meios privilegiados, além dos que a Delegacias de Gênero oferecem a quem precisa. Alguma coisa está muito errada. Foi feita toda um arranjo para, na teoria e na boa intenção, de contornar a ineficiência e, segundo alguns, o machismo das Delegacias que servem o restante dos brasileiros. Sem generalizar como gostam certas feministas mal disfarçando seu sexismo, ele existe e, pior, acaba sendo a salvação diante da situação jurídica que se criou, dando mais valia a palavra da suposta companheira, em confronto, se tiver oportunidade de mostrar, todo o currículo e até provas em contrário do companheiro denunciado. Mais cedo ou mais tarde, infelizmente, muitos irão comprovar que o preconceito e corporativismo de gênero dos agentes da lei, que também têm suas vivências conjugais, podem ser a diferença diante da força desigual imposta por desvios legais. Não com uma arma, mas com algo que pode causar um estrago até pior na sua vida. Porém, com toda esses mecanismos de excessão, não parece funcionar. Mas isso, as vezes, não vem ao caso, pois alguém acredita em magia que em estatística. Crê que isso funcione no imaginário dos companheiros e familiares vitolentos, que valem as estocadas na Constituição, nas injustiças cometidas pela arbitrariedade e supressão de etapas fundamentais e pelos paleativos aplicados. Quando aplicados. As estatísticas de denúncias de violência, que não se tem idéia de quantas são fundamentadas, são mais relevantes para se criar a cultura do medo em desequilibrados que a eficiência provada das medidas e de toda essa esperteza de, no afundamento do navio, salvar mulheres, casadas, primeiro. Asisim vão morrendo no morro ou nos condomínios de luxo os cidadãos do Brasil, porquê ao invés de juntar a dedicação para mudar o sistema, separam, buscando atalhos. Essas pessoas podiam cair em si do absurdo que apoiam e darem fim, em um quarto de motel ou sala de ministério, nesta cultura da vitimização e buscar solução eficientes, como se faz em lugares com igualdade e proteção a todos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Agilidade de aleijado dá em tombo.

Nas amareladas páginas de uma Veja, do mês de Novembro de 2011, leio esta inquietante frase acima.
 Em entrevista sobre a Reforma do Código de Processo Civil, apesar da vaselinada quando pergutaram sobre as razões da ineficiência claudicante da Justiça Brasileira, o professor universitário Cláudio da Costa Machado pensa que estão confundindo eficiência com rapidez atropelada.
Pondera que certas "demoras" são necessárias para que não se aplique penas antes de totalmente julgado/tramitado os processos. Certos trâmites e recursos servem para que mais pessoas tenham acesso ao processo, mais atenção dedicada e diminua o risco de injustiças, tão comuns por aqui. A demora já temos. Falta o resto.
Lendo assim se tem a nítida sensação de que a tal reforma proposta, pelo menos nos termos de impedir recursos, resumir etapas básicas, as quais asseguram coisas que distinguem ditaduras de estado de direito, como investigação e plenos direitos a defesa, já foram aplicadas. Estes mecanismos já suprimidos pela agilidade estabanada, para não dizer sumária, da Lei Maria da Penha, por exemplo. Esta torna as penas automáticas a denunciados, em processos a revelia, com as destrambelhadas e discutíveis na sua eficiência, as festejadas Medidas Protetivas. Porém, a justiça como deve ser no mundo civilizado, fica na fila, sem garantias de que vai ser feita. Aliás, a única coisa certa deste absurdo jurídico, é de que a Constituição será atropelada. Se for para ser assim, é melhor deixar como está e voltar a contemplar todos os brasileiros e brasileiras com a mesma agilidade de cágado, da segurança pública e da justiça contemporâneas. Se preserva, de certa forma, a igualdade. Pelo menos na qualidade de tratamento e acesso a justiça que a maioria têm, independente de sexo. Atalhos deste tipo preconceituoso não fazem um Brasil melhor. Só incentivam o jeitinho, driblando malandramente o entrave, no lugar de enfrentar e exigir um serviço eficiente, vencendo com persistência a resistência da classe política, da justiça e da polícia em melhorar.
 Só para lembrar que a frase do jurista não tem preconceito de gênero intencional. Homens e mulheres são falíveis. Mesmo que muitos duvidem, apoiando uma lei destas na situação de ineficiência que se encontram os serviços básicos ao cidadão...e cidadãs.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lei Maria da Penha: O uso distorcido da lei.

Marginalização masculina. 

Previa do artigo de Joemia Rodrigues.

O presente trata da questão da má utilização ou da distorção do entendimento da lei Maria da Penha frente ás delegacias e juizados especializados. Sem discutir a importância da lei em nosso ordenamento, pois é mais que bem recebida, o presente trata de assunto delicado: mulheres que vêem a lei como a forma ultima de salvar relações, aplicar lições em maridos, pais, filhos e irmãos, mulheres que de alguma forma – por mesquinharia, ignorância da lei ou vingança – buscam prejudicar homens com os quais estão disputando pensões alimentícias, bens, guarda de filhos. Melhor faria o Estado e o Judiciário se mantivesse estrutura de triagem adequada para que se pudesse tratar de cada caso com a delicadeza merecida, levando ao judiciário só e apenas aquilo que efetivamente dissesse respeito à lei Maria da Penha.

Leia o Artigo aqui.

Buscando a igualdade. Promovendo a discriminação.

Tem certas coisas da vida que fazem a gente prestar atenção no matrix que nos envolve e ilude. Eu, sempre que tenho oportunidade, colaboro através de meu trabalho, com causas humanitárias, ligadas aos direitos humanos ou, simplesmente “do bem”, como publicitário. Um desses trabalhos foi um Guia dos Direitos Humanos de uma ONG. Nele havia um capítulo sobre a Violência contra a Mulher, tendo a chamada Lei Maria da Penha como um importante instrumento para proteger esse gênero. Olhando assim, só no verniz, me parecia uma grande conquista para a sociedade, supondo, onde todas as outras instâncias funcionam perfeitamente. Agora, observando de perto, levando em consideração todo o resto do sistema, vejo que, istrumentos como esse, cheios de boas intenções, mas que buscam a igualdade promovendo diferenciações, para furar a fila da ineficiência da justiça, quando, levianamente utilizados, são uma covardia tão grande contra um gênero quanto, o outro, em presuposta superioridade, usar da violência física contra o mais fraco. Este dá, a apenas um sexo e classe, uma força que, o outro, não têm a sua disposição na mesma proporção. Um absurdo que vai contra a noção básica da justiça: a igualdade de direitos. Para mim, não ha urgência ou estatísticas de sinistros em um grupo específico que justifiquem esse tipo de exceção, pois não existem vidas mais ou menos importantes para serem protegidas, nem tipos de mulheres que devam ser melhor amparadas que outras. O Estado precisa funcionar de forma eficaz para todos e todas.
Sem falar que, isso, gera um tipo de processo muito semelhante aos das pelícolas sobre a Inquisição, onde um relato do maior interessado na punição do outro e alguma evidência, que não valeria de nada em qualquer outro inquérito, fazem uma máquina, normalmente lenta, funcionar tão rápido a seu favor, que em quase todos os outros casos, não menos relevantes ou graves, só em filme de juri americano.
Uma verdade inconveniente seja dita, mesmo que eu seja por princípio a favor das cotas nas universidades e sejam temas complexos: não dá para promover harmonia defendendo privilégios. Proponho, enquanto não revogam ou aprimoram o que torna este instrumento surreal, a Lei Helio de la Peña, para proteger homens de bem, de qualquer estado civil, inocentes e vítimas de leis de gênero míopes, as quais tiram a seriedade da noção que tenho do que é justo e do que é certo.

Fonte: blog vladisinteria

Missão e Valores.

Este blog é dedicado a difundir a igualdade, sem promover o preconceito e a difereciação no que é mais básico em uma soiedade civilizada, a igualdade de direitos. Pela dignidade nas relações explica a intenção, mesmo que delas o inferno e a jurisdição estão cheios. As vezes as coisas aqui vão se confundir. Vão ter um tom de humor. Humor negro até. Outras vezes vai ser sério, pois algumas coisas tiram qualquer um do sério. Vai tentar ser imparcial, mas é difícil, quando se é humano. Mas sem nunca partir para a irresponsabilidade, leviandade jurídica ou violência física. Pode ser até pedante. Tanto quanto a idealização e o romantismo delirante podem ser. As coisas podem se confundir com revanche, sexismo, dôr-de-cotovelo, escárnio, misogenia, picuinha, ciúmes e tudo mais que o ser humano é capaz de cometer com as próprias mãos e interpretar no gesto dos outros. Se querem contribuir, comentem e enviem conteúdo. Se querem só detonar, mandem currículo para ver se fundamenta a lenha. Vai ser uma coletânia de artigos, notas, comentários, recortes e tudo mais disponível intimamente ligado ao tema ou minimamente relacionado, que tanto podem ser repetitivos quanto diversos. Se querem ler algo genial, acessem outros links. Quais as palavras que não foram ditas e quais as histórias que não se repetiram? Não sabemos onde vai dar, mas já é um bom começo, o primeiro passo.