sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carnaval sem Bandeira Branca.

Samba, suor e lástimas.

 




Seja feliz, custe o que custar.

Para quem gosta de livro policial com certa dose de auto-ajuda psicótica, Richthofen é uma boa pedida . O Seu Manfred Von Richthofen, segundo o livro, ensinava os filhos a terem propósitos na vida. Nunca imaginou no que poderia dar conselhos como “A sua felicidade é mais importante que a do outro. Então, nunca hesite em magoar alguém para você ficar feliz. Só avalie o prejuízo patrimonial que isso poderá lhe trazer”. A Suzane não entendeu direito só a última parte, por interpretar literalmente o adestramento familiar. Se confundiu com o conceito amplo da palavra ambição. Foi atrás do seu sonho, junto com o namorado e o cunhado.

Pássaros e serpentes podem conviver?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A ex e o atirador.

Depois do casal Nardoni, no campo das evidências, agora é o show do motoboy psicopassional e a sua ex namorada, morta ao vivo. De tempos em tempos, um julgamento vira espetáculo, onde o público é levado a se imaginar em um tribunal. Ou, em alguns casos, um linchamento organizado. O caso, como infelizmente acontece até em lugares mais preparados, é uma boa amostra de quase todos os "defeitos" do sistema e do ser humano, criador deste ou responsável por ele. De mantê-lo assim e/ou não fazer o certo para fiscalizar e, se for o caso, mudá-lo. Esses julgamentos servem para alimentar a nossa sensação de que existe justiça e fazer parte, guardadas a sofisticação das produções, daqueles filmes de tribunal. Na sala do julgamento, não tem nem ar condicionado para o acalorado embate. Levando em conta o valor da folha é de estranhar a falta desta ítem para, pelo menos nas condições climáticas do ambiente, tomarem decisões de cabeça fresca.
O caso tem de tudo. O rejeitado que não aceita o final da relação. Se não consegue reatar, resolve retalhar. O que não posso ter, ninguém terá. Vale a pena desperdiçar até, a própria vida por uns instantes de vingança, algumas semanas de mídia e a eternidade na infâmia. Aos psicopatas lhes parece valentia, mas é pura irresponsabilidade. Irremediável irresponsabilidade. Uns fazem com as próprias mãos. Matam e, se deixarem, se matam depois, como um símbolo de arrependimento ou impedir a punição neste plano. Ou, ainda, para repetir um final "glorioso" recorrente? Quem sabe o que se passa na cabeça deles? Outros, mais covardes ainda, terceirizam, friamente ou não, a presumida violência da retaliação. Repassam as Autoridades, através dos mecanismos possíveis, a tarefa de ameaçar e, dependendo do retorno, vingar. No primeiro tipo de descontrolados, como consolo, se isso tem algum, após o ato absurdo os desvairados costumam, se der tempo, se ejetam deste mundo antes que a força pública consiga tocar neles. O segundo tipo de despreparado, na contramão dos que sabem conduzir um final de relação digna, até comemoram, com suas consciências seletivas ou, ainda, inexistentes. Cada louco com sua vingança passional e sua pena.
Em abos os tipos, como convém num estado de direito, sempre se encontra alguém para defender o indefensável e acontece um processo completo e, no mínimo, linear. Advogados movidos por vaidade, pela experiência radical, identificação com o caso, querendo investir na carreira ou, o mais comum, por dinheiro mesmo, sempre vão existir. Estes também, mais raro ainda, se arrependem ou se envergonham. Afinal, este é seu trabalho e não se faz justiça só ouvindo a acusação. Neste ponto todos deveriam entender o caso Lindemberg, ex que matou a inocente Eloá. Outra boa mostra dos defeitos de todas as partes envolvidas, foi a atuação das forças de segurança. Um show de trapalhadas, se não fosse uma tragédia no lugar de um pastelão. Esse é o sistema, disponível a maioria, quando precisa lidar com mais que papéis e medidas paleativas. Na vida real, na hora de lidar com gente potencialmente e realmente perigosa, os buracos podem ser mais em baixo ou, no caso, na cabeça. Até devolverem refém ao sequestrador propiciaram. A imprensa faz sua cobertura, em vários enfoques. Horas a fio, as vezes apenas com um camburão visto do alto se deslocando para ilustrar um conteúdo claudicante. O público também faz sua parte, se dividindo entre os tão passionais quanto o rejeitado a mão armada e os mais racionais, que sabem que todo mundo tem direito um julgamento justo. Mesmo um assassino patente, defendido por uma advogada que dá chilique, aparentemente movida por algum tipo de ambição. Ou presunção.
Resta esperar que a justiça faça a sua parte para reparar o irreparável. Pelo menos o senso de justiça deve sair livre.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O azedume de um e a acidez do outro.

O Paquistão é um país de muitos contrastes. De geográficos a culturais. Existem paisagens geologicamente alpinas e, culturalmente, fossas abissais na sua sociedade. Lugares e povo muito pitorescos, convivendo com costumes muito diversos, feudais e liberais, dependendo de onde você está neste organograma ou localidade. Lá o trabalho escravo promove o que, no ocidente do livre mercado, se chama de aproveitar oportunidades, ajudando no desenvolvimento de sociedades mais pobres ou primitivas. Crianças costurando chuteiras de marca, em condições desumanas por quase nada, se inclui nisto. Bolsas de grife são produzidas em uma sociedade onde direitos humanos ou dignidade é que podem ser um luxo. Não falo de terrorismo e outras coisas que costumam resumir um povo ou uma cultura, ultimamente, desde 11 de Setembro, como convém a alguns e cabe na cabeça de muitos. A sua população é refém disto, de certa forma. Lá é uma sociedade muito religiosa e tradicional. E algumas coisas desta tradição são, infelizmente, nada pitorescas. Mesmo sendo uma minoria, é uma minoria que é bem marcante. Mais exatamente, deixa marcas desta tradição extremista e ideológica que a gente chamade de, machismo. O Estado não costuma resolver essas coisas, pois esse tipo de tradição, assim como o poder hegemônico, está acima da lei ou do bom senso. Alguns intendem que a religião suporta isto. Pais, maridos e parceiros costumam mostrar sua insatisfação com aspectos da relação desfigurando companheiras e filhas com ácido e substâncias inflamáveis. Isso é incrivelmente comum lá e em outros países semelhantes neste tipo de entendimento das possibilidades nas relações afetivo-familiares. A mesma sociedade que comporta isso, em sua complexidade, encontrou uma forma de recuperar, na medida do possível, os efeitos colaterais desta insanidade que boa parte da sociedade e, principalmente, o Estado, é cúmplice. Por exemplo, uma rede de salões de beleza que acolhe, auxilia, treina e emprega vítimas deste tipo de abominável violência, a Depilex.

Nota inspirada em matéria do canal NatGeo.
Veja mais sobre a Depilex aqui.
Documentário A Corporação, que também trata da exploração, a servidão moderna.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Versão = Verdade

Crônica de Fabrício Carpinejar, publicada em Zero Hora, 7/2/2012

 

Segurar uma Mulher é Igual a Bater.


O homem é violento.
Se você acredita que não é perigoso, é ainda mais selvagem. Sua raiva está reprimida, prestes a desaguar por um motivo banal.
Não brigamos intencionalmente, brigamos por soberba, quando nos julgamos imunes ao pior e terminamos pegos desprevenidos pelo monstro que somos.
Todo homem requer consciência de sua agressividade para nunca desrespeitar uma mulher.
Não deve confiar nas aparências, alegar que é educado, que é sensível, que é romântico – este é o caminho mais rápido à fatalidade.
Todo homem, apesar da feição civilizada, é um pugilista manso, um lutador amarrado, um arruaceiro contido.
A violência doméstica não é exclusividade dos outros, não é possessão do demônio.
Você é violento, não se sinta mal, não está sozinho nisso, eu sou violento, talvez mais violento do que um cão com raiva, do que um tigre magro, do que um leão levemente envelhecido.
É normal a coexistência da maldade e da bondade, do claro e do escuro, do divino e do bestial num só gesto.
Poeta, engenheiro, arquiteto, violinista, florista, não há profissão que nos salve do grito, dos punhos fechados e da ânsia de eliminar a resistência na base da força.
A questão é não permitir a ebulição da ira. Fugir das situações de descontrole, do deboche e da penúria do humor.
Evite se expor às ofensas por mais de duas horas – há uma cota de desaforo suportável pelo sangue.
O homem é Etna, é Fuji, é Vesúvio, um vulcão adormecido que pede vigilância perpétua.
Não batemos porque somos provocados. Batemos porque desejamos acabar com a crise de qualquer jeito. Batemos porque não nos conhecemos, e sempre deduzimos que uma agressão na adolescência representou uma exceção, que uma vez trocamos sopapos no trânsito para nos defender. Deliramos que o ato de jogar a cadeira na parede apenas traduziu um momento.
Nenhuma justificativa pode disfarçar o problema de fundo: somos naturalmente violentos. Ouça-me enquanto é cedo e não ameaça sua companhia.
Nenhuma explicação abafa o ódio. Reconstituição somente existe depois da morte, o inferno e o Presídio de Charqueadas estão lotados de desculpas.
Tatue a Maria da Penha nas pálpebras, tome as providências para não se achar imutável e maior do que a realidade.
Esmurrar a porta já é invasão. Arranhar a mulher já é soco. Empurrar a mulher já é espancamento. Não invente atenuantes.
E, por favor, não segure sua mulher, mesmo que seja para acalmá-la, mesmo que seja para contê-la, mesmo que seja para abraçá-la e dizer que a ama. Segurar num momento de tensão é igual a bater. Agredir sempre foi simples demais. A ternura que é trabalhosa, a ternura que não é de graça, a ternura que leva tempo.
Cuide de si para cuidar de sua esposa. Não batemos porque somos provocados. Batemos porque desejamos acabar com a crise de qualquer jeito.


Comentário do Blog:
Porquê machismo é uma palavra ruim e feminismo, um vocábulo com o benefício da dúvida? O título da crônica, assim como seu conteúdo tangível, deve ser uma liberdade poética, uma cantada metafísica, porém, no texto nada onírico da lei, pode conter uma verdade perigosa. Triste País onde não se soluciona as coisas. Se faz desvios como esta inconstitucionalidade. A justiça não funciona? Busca-se o jeitinho, uma gambiarra jurídica que, em tese e em visão romantizada, protege a mulher em situação de violência e, na prática, pode terceirizar ao Estado a vingança em uma separação sem comum acordo. Nestas passionais questões, descontando os crimes, a violência pode estar na forma como as partes sentem uma ruptura ou uma rejeição. Uns reagem com dignidade , com versos, outros a bala e muitos, menos divulgados, com a Maria errada. Deveria ser a Bethânia. Um simples "acabou" pode ser uma estocada, para um coração que não aceita ser contrariado. E, pior, a frieza desta lei de gênero aceita isso como se fosse da natureza masculina, tangível e intencional. Aí que, a amarga ou doce melancolia de uma poesia de amores findos, se espatifa sobre o concreto da legislação, a qual transmuta subjetividades em, daí sim, violência física e psicológica. Não se busca a igualdade promovendo a discriminação.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Desqualificando testemunhas.

É uma técnica eficaz quando não se tem argumentos válidos. Quando não podem pegar alguém pelo que fez, pegam pelo que disse ou parece passar. Opiniões ou verdades inconvenientes precisam ser tiradas da sala, pois estragam a decoração feita com tanto empenho. Pode ser impressão, mas parece que por ignorância ou não, sempre que se noticia que algum magistrado ou jurista dá algum parecer sobre as falhas da Lei Maria da Penha, pegam pelo viés de alguma polêmica que envolva-o pessoalmente, como suposto machista ou, até, como algum tipo de lunático. De telescópio e tudo. Como exemplo vai a reportagem abaixo, mas existem outras, como as produzidas e reproduzidas sobre um juiz, Edilson Rodrigues, que não aceitou acatar as penas de um homem denunciado por violência pela ex-companheira, dentro das circunstâncias especiais desta lei de gênero. Ele entendia, mesmo tendo defendido a sua decisão com argumentos sexistas e preconceituosos, tão fortes quanto os de uma lei, "bem intencionada", que diferencia homens de mulheres e, estas, casadas das demais, que não podia condenar alguém nestes termos. O machão togado fez um disserviço a discussão e a jurisprudência. Ao invés de dizer que eram "regras diabólicas" devia ter dita que são regras inconstitucionais. Bastaria. O bafafá foi tão grande pelo absurdo que argumentou que a razão do seu manifesto jurídico ficou em segundo plano, como quase sempre. Esqueceram da suposta vítima e do suposto agressor. Interessa mais a publicidade em cima para legitimar a manutenção deste desvio na legalidade que, propriamente ditos, os resultados positivos desta jurisdição especial.
Resumindo, parece que não interessa discutir e sim manter essa legislação no imaginário como algo justo, necessária ou, até mesmo, uma arbitrariedade que funciona e, portanto, se justifica. Quem conhece de perto sabe que não é bem assim. Poucos envolvidos nas entranhas vão admitir publicamente seus greves defeitos, injustiças colaterais, disfunções, mau uso, como se estivessem tirando o dedo do furo na barragem. Para vítimas e para denunciados, depois dos paleativos, pouca coisa muda, como é para a maioria dos cidadãos na justiça comum, que se submetem os brasileiros, digamos, sem privilégios. Nenhuma injustiça justifica outra. Nenhuma vida pode ser mais importante que outra. Fica fácil destruir a opinião de um magistrado que emite um parecer baseado em sexismo. Pesquisando rapidamente se vê que toma vulto peculiaridades de quem está emitindo, servindo como base para continuar a ver o assunto apenas pelo seu verniz humanitário. Afinal quem é a favor da violência aos supostos mais fracos? Até apenados dariam essa opinião, pois a noção de covardia quase todos a tem, mesmo que muitos só a usem quando convém ou quando se dão conta de que existem muitas formas e que ninguém está imune a elas. É, acontece...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Barraco no Condomínio.

Finais nem sempre são felizes. Só não precisam ser trágicos. Muitos não entendem nem reagem bem a palavra a-ca-bou. Toda vez que a passionalidade faz vítimas volta a tona o índice da violência promovida por homens contra mulheres. São alarmantes, como toda a estatística de violência no Brasil. Porém, quando essa violência parece estar perto demais da classes mais altas, parece incomodar mais, como aquela desgraça com um conhecido ou mazela do condomínio. A promotora morta em MG expõe como é frágil a psiquê de muita gente, o tal sistema de proteção a mulher e que barraco conjugal violento não é privilégio das classes menos favorecidas. De perto e quando sofre, todo mundo é parecido. Enquanto podem aparecer, em 15 minutos, meia dúzia de policiais na sua casa por conta de um trote de um delito simples, pode não aparecer nenhum por conta de um assalto a mão armada relatado pelo 190. Tudo depende de variáveis que vão de sorte, quem você é, até o bairro que você mora. No caso da vítima, a qual vivia em crise ha anos e já havia registrado queixa, com pedido de afastamento e, aparentemente, nada foi feito. Isso que a vítima era funcionária do judiciário! Sabia dos trâmites e podia ter meios privilegiados, além dos que a Delegacias de Gênero oferecem a quem precisa. Alguma coisa está muito errada. Foi feita toda um arranjo para, na teoria e na boa intenção, de contornar a ineficiência e, segundo alguns, o machismo das Delegacias que servem o restante dos brasileiros. Sem generalizar como gostam certas feministas mal disfarçando seu sexismo, ele existe e, pior, acaba sendo a salvação diante da situação jurídica que se criou, dando mais valia a palavra da suposta companheira, em confronto, se tiver oportunidade de mostrar, todo o currículo e até provas em contrário do companheiro denunciado. Mais cedo ou mais tarde, infelizmente, muitos irão comprovar que o preconceito e corporativismo de gênero dos agentes da lei, que também têm suas vivências conjugais, podem ser a diferença diante da força desigual imposta por desvios legais. Não com uma arma, mas com algo que pode causar um estrago até pior na sua vida. Porém, com toda esses mecanismos de excessão, não parece funcionar. Mas isso, as vezes, não vem ao caso, pois alguém acredita em magia que em estatística. Crê que isso funcione no imaginário dos companheiros e familiares vitolentos, que valem as estocadas na Constituição, nas injustiças cometidas pela arbitrariedade e supressão de etapas fundamentais e pelos paleativos aplicados. Quando aplicados. As estatísticas de denúncias de violência, que não se tem idéia de quantas são fundamentadas, são mais relevantes para se criar a cultura do medo em desequilibrados que a eficiência provada das medidas e de toda essa esperteza de, no afundamento do navio, salvar mulheres, casadas, primeiro. Asisim vão morrendo no morro ou nos condomínios de luxo os cidadãos do Brasil, porquê ao invés de juntar a dedicação para mudar o sistema, separam, buscando atalhos. Essas pessoas podiam cair em si do absurdo que apoiam e darem fim, em um quarto de motel ou sala de ministério, nesta cultura da vitimização e buscar solução eficientes, como se faz em lugares com igualdade e proteção a todos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Agilidade de aleijado dá em tombo.

Nas amareladas páginas de uma Veja, do mês de Novembro de 2011, leio esta inquietante frase acima.
 Em entrevista sobre a Reforma do Código de Processo Civil, apesar da vaselinada quando pergutaram sobre as razões da ineficiência claudicante da Justiça Brasileira, o professor universitário Cláudio da Costa Machado pensa que estão confundindo eficiência com rapidez atropelada.
Pondera que certas "demoras" são necessárias para que não se aplique penas antes de totalmente julgado/tramitado os processos. Certos trâmites e recursos servem para que mais pessoas tenham acesso ao processo, mais atenção dedicada e diminua o risco de injustiças, tão comuns por aqui. A demora já temos. Falta o resto.
Lendo assim se tem a nítida sensação de que a tal reforma proposta, pelo menos nos termos de impedir recursos, resumir etapas básicas, as quais asseguram coisas que distinguem ditaduras de estado de direito, como investigação e plenos direitos a defesa, já foram aplicadas. Estes mecanismos já suprimidos pela agilidade estabanada, para não dizer sumária, da Lei Maria da Penha, por exemplo. Esta torna as penas automáticas a denunciados, em processos a revelia, com as destrambelhadas e discutíveis na sua eficiência, as festejadas Medidas Protetivas. Porém, a justiça como deve ser no mundo civilizado, fica na fila, sem garantias de que vai ser feita. Aliás, a única coisa certa deste absurdo jurídico, é de que a Constituição será atropelada. Se for para ser assim, é melhor deixar como está e voltar a contemplar todos os brasileiros e brasileiras com a mesma agilidade de cágado, da segurança pública e da justiça contemporâneas. Se preserva, de certa forma, a igualdade. Pelo menos na qualidade de tratamento e acesso a justiça que a maioria têm, independente de sexo. Atalhos deste tipo preconceituoso não fazem um Brasil melhor. Só incentivam o jeitinho, driblando malandramente o entrave, no lugar de enfrentar e exigir um serviço eficiente, vencendo com persistência a resistência da classe política, da justiça e da polícia em melhorar.
 Só para lembrar que a frase do jurista não tem preconceito de gênero intencional. Homens e mulheres são falíveis. Mesmo que muitos duvidem, apoiando uma lei destas na situação de ineficiência que se encontram os serviços básicos ao cidadão...e cidadãs.