quarta-feira, 14 de março de 2012

A Liga da justiça.

Foi ao ar dia 13/3, o primeiro episódio da nova temporada de A Liga, na Band TV. Em homenagem ao Dia da Mulher, o tema foi Violência Doméstica. Lobão e Cazé, estreantes no programa, foram os destaques, fazendo suas tradicionais perguntas provocativas. A queima roupa, para os padrões diplomáticos da TV média. Indagaram, deixando-os a vontade até para exibições, os entrevistados violentos assumidos, sem aquela etiqueta hipócrita ou adendos jornalísticos politicamente corretos. Não foram tão incisivos em tentar entender porquê algumas vítimas se submetem tanto por tanto tempo aos primeiros. Deixaram para o espectador imaginar e uma psicóloga dar pistas, sem que existam estudos confiáveis, como ela mesmo disse. Também não encontraram homens que sofrem nas mãos de cônjuges desequilibrados para equilibrar o enfoque e mostrar o que também tem na praça. Estragaria a homenagem a mulher ou feriria o orgulho masculino? A cultura da mulher como vítima presumida e do homem, sempre em vantagem no embate, é um vício da postura diplomática, a qual disfarça certo machismo, só que conveniente em manifestações públicas e canais abertos. Em destaque, o depoimento da Maria da Penha. Não a jurídica. A própria expôs seu drama pessoal, sua transformação de vítima a militante dos DHs e sua luta por justiça, deixando outro tipo de inconveniência a mostra: o de como (não) funciona a segurança e o sistema judiciário brasileiro. Para as mulheres que sofreram como ela e para os demais cidadãos em situação de violência. A lei com o seu nome é um espantalho de pombos que não assusta corvos. Se liga.

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