quinta-feira, 31 de maio de 2012

Impunidade passional.



Tem gente que leva muito a sério frases de efeito em cerimônias lúdicas ou acredita que ter regalias divinas nas suas relações. Principalmente no final delas. Até que a morte nos separe é o nome de uma série de seis episódios coproduzida pela Prodigo Films e pelo canal A&E sobre emblemáticos crimes passionais cometidos no Brasil desde os anos 1990. O primeiro episódio, Amor e Morte na Imprensa Brasileira, que trata do assassinato da jornalista Sandra Gomide pelo seu ex-namorado Antônio Pimenta Neves, em São Paulo, no ano 2000 foi ao ar em maio.
O primeiro programa mostra bem a diferença que faz ter recursos para se defender e usar todos quanto possíveis. O ex-ministro da justiça Thomaz Bastos, que no momento defende o Cachoeira, diz no documentário que os recursos são desculpas, afirmando que a "cultura da demora" do judiciário é que fez e faz determinados casos se prologarem. Geralmente pelo bem de quem cometeu o crime. O pai da vítima, menos douto mas não menos certo, na saída do julgamento que "condenou" o réu confesso ha aguardar, em liberdade, resumiu indignado. "Se fosse um coitado, não saía deste jeito". Liberdade esta durou quase uma década e, se não foi o último dos recursos, pode ser até o final da vida. O assassino já tem mais de 70 anos.

Matéria da Revista Alfa aqui.

Vinheta da série.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Teodora vale mais que Nicole.

O processo se arrastou por 14 anos na justiça e, a vítima, por 2 km pelo acusado. O caso aconteceu em 1998 e só agora o empresário apontado pelo crime vai a julgamento. A desculpa são os recursos, mas casos como estes nos esfregam na cara que alguns são mais iguais que outros. A agilidade do sistema costuma ser seletivo e de conveniência, como fica exposto em casos midiáticos como o das fotos íntimas da famosa atriz e desta garota de programa, grávida, morta violentamente ha mais de uma década. A nudez de uma cidadã descuidada, vale mais do que a vida de outra nas prioridades do serviço público. Ironicamente a nudez virtual de quem interpretou a piriguete Teodora na novela, vale mais que a vida real da profissional Nicole, a também brasileira Selma Heloisa Artigas, nas prioridades e urgências. Leia aí a reportagem sobre um caso que estava beeeem antes na fila.

Hasta la vista, baby!

Não sei o que impressiona mais, o homem que não entende e não respeita a decisão nem a integridade física da ex companheira ou a Delegada, a qual trata como idiotas os obreiros em sua palestra/ameaça no final desta matéria do Fantástico. Não ha argumento ou lei que convença o homem a deixar a mulher seguir sua vida. Parece o Exterminador do Futuro. Nem algemado ele pára de perseguir sua vítima e cumprir sua missão. A Delegada diz literalmente que sente prazer em aplicar os trâmites, enquanto os operários assistem a catequese de selvagens. Claro que punir é outra história para quem conhece o que resulta destas medidas, na maioria, paleativas quando não, tardias ou equivocadas. Assista aí a reportagem do programa dominical da Rede Globo, de maio/2012.