segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O azedume de um e a acidez do outro.

O Paquistão é um país de muitos contrastes. De geográficos a culturais. Existem paisagens geologicamente alpinas e, culturalmente, fossas abissais na sua sociedade. Lugares e povo muito pitorescos, convivendo com costumes muito diversos, feudais e liberais, dependendo de onde você está neste organograma ou localidade. Lá o trabalho escravo promove o que, no ocidente do livre mercado, se chama de aproveitar oportunidades, ajudando no desenvolvimento de sociedades mais pobres ou primitivas. Crianças costurando chuteiras de marca, em condições desumanas por quase nada, se inclui nisto. Bolsas de grife são produzidas em uma sociedade onde direitos humanos ou dignidade é que podem ser um luxo. Não falo de terrorismo e outras coisas que costumam resumir um povo ou uma cultura, ultimamente, desde 11 de Setembro, como convém a alguns e cabe na cabeça de muitos. A sua população é refém disto, de certa forma. Lá é uma sociedade muito religiosa e tradicional. E algumas coisas desta tradição são, infelizmente, nada pitorescas. Mesmo sendo uma minoria, é uma minoria que é bem marcante. Mais exatamente, deixa marcas desta tradição extremista e ideológica que a gente chamade de, machismo. O Estado não costuma resolver essas coisas, pois esse tipo de tradição, assim como o poder hegemônico, está acima da lei ou do bom senso. Alguns intendem que a religião suporta isto. Pais, maridos e parceiros costumam mostrar sua insatisfação com aspectos da relação desfigurando companheiras e filhas com ácido e substâncias inflamáveis. Isso é incrivelmente comum lá e em outros países semelhantes neste tipo de entendimento das possibilidades nas relações afetivo-familiares. A mesma sociedade que comporta isso, em sua complexidade, encontrou uma forma de recuperar, na medida do possível, os efeitos colaterais desta insanidade que boa parte da sociedade e, principalmente, o Estado, é cúmplice. Por exemplo, uma rede de salões de beleza que acolhe, auxilia, treina e emprega vítimas deste tipo de abominável violência, a Depilex.

Nota inspirada em matéria do canal NatGeo.
Veja mais sobre a Depilex aqui.
Documentário A Corporação, que também trata da exploração, a servidão moderna.

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